A Secretaria de Estado de Saúde do Paraná (Sesa) anunciou na sexta-feira, 25, a confirmação do segundo caso da variante Delta do novo  Coronavírus. O caso refere-se a uma mulher grávida, de 42 anos, que veio do Japão até a cidade de Apucarana, no norte do Estado, e acabou falecendo no dia 18 de abril, diante da gravidade da doença.

O recém-nascido, prematuro de 28 semanas, ficou internado até o dia 18 de junho e teve o resultado do exame negativo para a infecção da Covid-19. Atualmente, segundo dados da Sesa, o bebê está saudável e segue em acompanhamento pelo município. Os demais integrantes da família da gestante seguem saudáveis.

A detecção da variante Delta do novo  Coronavírus, detectada originalmente na Índia, coloca o Paraná em alerta. Porém, a Secretaria de Saúde do Estado não considera que há transmissão comunitária da Delta na região e informa que aguarda a análise de outras amostras também enviadas para o programa de vigilância realizado em parceria com Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz).


LEIA TAMBÉM:
O poder da desinformação no abandono vacinal
Covid-19: Paranaguá lidera vacinação em cidades com mais de 100 mil habitantes no Paraná
500 mil mortes por Covid-19. Onde erramos?


Primeiro caso

O primeiro caso da variante Delta do novo  Coronavírus foi confirmado no Paraná no dia 2 de junho desse ano. Uma mulher de 71 anos, residente também em Apucarana, com comorbidades, apresentou os sintomas da doença no dia 19 de abril após contato com casos confirmados. Ela realizou coleta de exame RT-PCR para diagnóstico da Covid-19 no dia 26 de abril. Chegou a ficar hospitalizada e teve alta.

A paciente morava com o marido de 74 anos e o filho de 58. Os três foram diagnosticados com Covid-19. E o filho faleceu no dia 17 de maio.

Variante Delta do novo Coronavírus é mais transmissível

Detectada originalmente na Índia, a variante já foi registrada em mais de 90 países. Ela é mais contagiosa e potencialmente mais letal que as demais. A variante Delta (antes chamada B.1.617.2 e conhecida como variante indiana) foi detectada pela primeira vez em outubro de 2020, no estado indiano de Maharashtra. Desde então, já se espalhou amplamente na Índia e ao redor do mundo.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, a variante Delta pode se tornar a cepa dominante em todo o globo. É a variante mais rápida e pode facilmente afetar os mais vulneráveis”, disse o diretor de Emergências Sanitárias da OMS, Mike Ryan, em entrevista coletiva. A preocupação da OMS com a cepa Delta se dá pelos relatos recentes de aumentos de casos da doença provocados pela nova variante. Nações como Reino Unido, Alemanha e Rússia monitoram o avanço das infecções com preocupação.

Paraná registra segundo caso da variante Delta do novo Coronavírus. Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS)
Tedros Ghebreyesus, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS)

De acordo com o diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, a variante Delta “é a mais transmissível das identificadas até agora e circula em pelo menos 85 países, com uma expansão rápida entre as populações não vacinadas”.

O diretor-geral afirmou ainda que a incapacidade do mundo em fornecer vacinas aos países pobres é “um fracasso global” e mais motivo de apreensão. 

Vacinas

Na contramão da alta transmissão, as vacinas chegam para barrar as variantes. Segundo um estudo publicado na revista científica Cell, pesquisadores da Universidade de Oxford indicam que as vacinas anticovid-19 desenvolvidas pelas farmacêuticas AstraZeneca e Pfizer/BioNTech são eficazes contra as variantes Delta e Kappa do novo Coronavírus.