Os dados do Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2023, divulgados nesse mês pelo Fórum Brasileiro, indicam as 50 cidades mais violentas do Brasil com população acima de 100 mil habitantes. As estatísticas tratam das ocorrências de 2022 e especificam que fazem referência as taxas de mortes violentas intencionais divulgadas pelas secretarias de segurança pública de cada estado brasileiro.
O estado que lidera a lista com maior número de cidades violentas é a Bahia. Quatro dos 12 municípios que constam na lista estão no topo das estatísticas. Jequié, Santo Antônio de Jesus, Simões Filho e Camaçari, todas na Bahia, são consideradas as cidades mais violentas do país.
Cidades violentas no Paraná
O Paraná aparece no Anuário com três municípios como os mais violentos do Brasil. Paranaguá, no litoral do estado, Almirante Tamandaré e Campo Largo ocupam a lista, respectivamente.
Segundo o último Censo (2022), Paranaguá, a cidade que lidera a lista pelo Paraná, possui 145.829 habitantes. Almirante Tamandaré, de acordo com os dados do IBGE tem 119.825 habitantes e Campo Largo possui 136.327 moradores. Nenhuma dessas cidades está entre as mais populosas do estado paranaense.
Em Paranaguá, segundo as notícias veiculadas pela mídia local, há uma crescente disputa de facções por pontos de tráfico de drogas, o que interfere diretamente no acréscimo das mortes violentas.
Um exemplo é que em março desse ano, em Paranaguá, o Ministério Público do Paraná, por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), apresentou denúncias criminais contra sete pessoas envolvidas em ilícitos apurados durante a Operação Alcântara, deflagrada no ano passado. A investigação do MPPR foi dirigida a desarticular facção criminosa que age a partir de presídios e que atuaria no tráfico de drogas no litoral paranaense.
Violência no Brasil
No ano de 2022, o Brasil registrou 47.508 mortes violentas intencionais (MVI), categoria criada pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP), que agrega as vítimas de homicídio doloso (incluindo feminicídios e policiais assassinados), roubos seguidos de morte, lesão corporal seguida de morte e as mortes decorrentes de intervenções policiais.
As causas para a explosão de violência verificada a partir de 2016 já foram tratadas em outras edições deste Anuário, mas, em linhas gerais, segundo o documento, “tem relação direta com o racha entre as duas maiores organizações criminosas do país, o PCC e o Comando Vermelho. Ambas têm origem no Sudeste, mas ao longo dos anos 2000 foram expandindo seus domínios para outras regiões e buscando parcerias com organizações criminosas locais que também atuavam com o narcotráfico. O PCC, especificamente, acelerou este projeto entre 2012 e 2018, com cerca de 18 mil novos batismos no período, a maioria fora de São Paulo, o que desencadeou o racha com o Comando Vermelho”, diz o Anuário.