“Não se pode colocar ideologia dentro do ensino e o que foi demonstrado infelizmente foi uma discriminação contra esse modelo de escola cívico-militar”. Com essa afirmação, o governador do Paraná, Ratinho Junior, enfatiza que pretende manter as escolas cívico-militares no estado do Paraná, mesmo após o anúncio de que o Governo Federal vai encerrar o Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (Pecim), em todo o Brasil.

“Não se ensina ideologia numa escola cívico-militar, o que se ensina é respeito, solidariedade, cidadania”, disse o governador em entrevista à Rádio CBN sobre o assunto.

Ratinho Junior disse que o Paraná é o estado que possui o maior número de escolas-cívico militares. “Quando eu assumi o Governo, o Paraná tinha sete escolas cívico-militares e hoje nós temos 194”, afirmou.

Foto: Jonathan Campos/SECOM

Apenas 12 escolas no Paraná fazem parte do PECIM

Apesar de o governador enfatizar que 194 escolas no Paraná fazem parte do modelo cívico-militar, apenas 12 instituições no Estado fazem parte do Pecim, o programa nacional lançado em 2019 pelo ex-presidente Jair Bolsonaro.
“A rede estadual de ensino do Paraná conta com 12 escolas pertencentes ao Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM). Além destes, outros 194 colégios cívico-militares do estado fazem parte do programa estadual. A partir das determinações anunciadas em nível nacional, A Seed-PR irá trabalhar para migrar os 12 colégios do modelo federal para o estadual. Para as demais 194 escolas, o modelo vigente será mantido”, explicou a Secretaria de Educação.

Hoje, 12 instituições do Paraná estão no modelo federal. São elas:

  • Colombo: VINICIUS DE MORAES C E EF M
  • Lapa: CARNEIRO C E GAL EF NORMAL
  • Apucarana: HEITOR C A FURTADO, C E-EF M PROFIS
  • Cascavel: CATARATAS C E EF M
  • Cascavel: JULIA WANDERLEY C E PROF EF M
  • Curitiba: ARLINDO CARVALHO DE AMORIM C E EF M
  • Curitiba: BEATRIZ FARIA ANSAY C E EF M
  • Foz do Iguaçu: TANCREDO DE A NEVES C E EF M
  • Guarapuava: HEITOR ROCHA KRAMER C E VER EF M
  • Londrina: ADELIA D BARBOSA C E PROFA EF M
  • Rolândia: JOSE ALEXANDRE CHIARELLI CE PROF EF M
  • Ponta Grossa: COLARES C E PROF EF M

Mas 12 escolas cívico-militares a secretaria é responsável pelos professores, currículo e trabalho didático-pedagógico, que passaram a contar com o apoio de militares da reserva do Exército Brasileiro, da Polícia Militar (PM-PR) e Corpo de Bombeiros.
Nos Colégios Cívico-Militares, a gestão do corpo docente e demais servidores é da Secretaria de Estado da Educação. Participam do modelo militares inativos (ex-PMs e ex-bombeiros) como monitores.

Lula deixa decisão nas mãos dos governadores

Após anunciar o fim do Pecim no Brasil, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse que não é obrigação do Ministério da Educação cuidar das escolas cívico-militares, mas que os estados têm autonomia para decidir sobre o assunto.

“Se cada estado quiser criar, que crie. Se cada estado quiser continuar pagando, que continue. Mas o MEC tem que garantir a educação civil, igual para todo e qualquer filho de brasileiro ou brasileira. Então acreditem que o país mudou”, disse Lula.