Em depoimento à Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Covid na terça-feira, 25, a secretária de Gestão do Trabalho do Ministério da Saúde, a médica Mayra Pinheiro, acusou o jornalista paranaense Rodrigo Menegat de “hackear” o aplicativo TrateCov, lançado pelo Ministério da Saúde para orientar médicos a oferecer tratamento precoce para pessoas com suspeita de Covid-19.

✅ Checamos!

A acusação da secretária do Governo Federal é infundada, grave e mentirosa. Isso porque a operação feita pelo jornalista Menegat, que é especialista em dados, se resume a extrair o código-fonte da plataforma. O conteúdo é público e pode ser consultado por qualquer usuário, é um conjunto de instruções escritas que tem a função de dizer ao aplicativo o que ele deve fazer.

Menegat publicou uma análise do código-fonte do aplicativo em 20 de janeiro em sua conta no Twitter mostrando simulações feitas no aplicativo.

Na ocasião, o jornalista alertou que o aplicativo TrateCov recomendava sempre o mesmo coquetel de medicamentos, que inclui as ineficazes cloroquina e ivermectina, independentemente dos sintomas relatados pelo usuário (paciente).

O SindijorPR e a FENAJ repudiam a tentativa de criminalizar o trabalho do jornalista, que atinge toda a categoria e seu direito de profissional, em meio à maior crise sanitária brasileira.

“É lamentável que ao invés de buscar soluções para combater a doença, que já causou a morte de mais de 450 mil brasileiros, o governo Bolsonaro insista em apontar culpados e em desqualificar o trabalho de jornalistas, que mesmo mediante o risco de circular em plena pandemia, trabalham incansavelmente para levar informação à população”, diz a Fenaj.

Com informações do Brasil de Fato e Fenaj