A candidata pelo MDB à presidência da República, Simone Tebet, foi a quarta entrevistada no Jornal nacional (JN) na sexta-feira, 26. Pautada em seu plano de governo, caso seja eleita para o cargo, ela falou sobre projetos na área da economia, educação, saúde e direcionou também pautas às mulheres. Como advogada e professora, ela disse que “a educação de qualidade que vai salvar o cidadão brasileiro. Educação não tem como não ser prioridade nacional”, destacou Simone.

“Nós conseguimos avançar com 30% o tempo de rádio e tv para as mulheres. E isso fez com que nós pudéssemos aumentar em quase 50% o número de deputadas (..) Os partidos que elegerem mulheres e negros vão contar em dobro o fundo”.

O Congresso Nacional promulgou no dia 5 de abril de 2022 a Emenda Constitucional 117 (originária da PEC 18/21), que obriga os partidos políticos a destinar no mínimo 30% dos recursos públicos para campanha eleitoral às candidaturas femininas. A distribuição deve ser proporcional ao número de candidatas. A cota vale tanto para o Fundo Especial de Financiamento de Campanha – mais conhecido como Fundo Eleitoral  – como para recursos do Fundo Partidário direcionados a campanhas. Os partidos também devem reservar no mínimo 30% do tempo de propaganda gratuita no rádio e na televisão às mulheres.

A reforma eleitoral aprovada pelo Congresso no ano passado (Emenda Constitucional 111) adotou novas regras para incentivar a eleição de mulheres e negros para a Câmara dos Deputados. A partir da próxima eleição, os votos dados a mulheres e pessoas negras contarão em dobro para a distribuição de recursos do Fundo Eleitoral entre os partidos políticos.

“Fui a primeira mulher líder na bancada feminina”. (Sobre o Senado)

No dia 9 de março de 2021, o Senado anunciou que o Plenário aprovou a criação da liderança da bancada feminina. A relatora, senadora Rose de Freitas, explicou que uma líder e uma vice-líder passariam a ter voz e voto no Colégio de Líderes, o que ajuda na definição das pautas de votação.

A senadora Simone Tebet (MDB-MS) foi eleita a primeira líder. Ela destacou que a bancada feminina é a terceira maior do Senado. Até então, 16 partidos contavam com um representante no Colégio de Líderes, responsável por ajudar o presidente do Senado a definir a pauta de votações, junto com as lideranças da Maioria, Minoria, Governo e Oposição. Desses 20 líderes, 2 eram mulheres. Para garantir uma maior participação das mulheres nas decisões do Senado, o Plenário aprovou a criação da liderança da bancada feminina.

“Estou diante de um partido que saiu na vanguarda e teve coragem de lançar nesse momento mais difícil do Brasil uma mulher candidata a presidente da República. Isso é inédito. É inédito na história”. (Sobre o ineditismo de mulheres na candidatura à Presidência).

Não é inédito do MDB lançar uma mulher candidata á presidência da República nesse ano. Apesar de Simone ser a primeira mulher que o MDB lançou para o cargo de presidente da República, além dela, Sofia Manzano (PCB), Soraya Thronicke (União Brasil) e Vera Lúcia (PSTU) estão em campanha e fizeram o pedido de registro de candidatura à Justiça Eleitoral. Além disso, outras mulheres se lançaram candidatas ao cargo na história do Brasil. Além da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que venceu os pleitos de 2010 e 2014, disputaram o cargo Lívia Maria (PN), em 1989; Thereza Ruiz (PTN), em 1998; Ana Maria Rangel (PRP) e Heloísa Helena (PSOL), em 2006; Marina Silva (Rede), em 2010, 2014 e 2018; Luciana Genro (PSOL), em 2014; Vera Lúcia (PSTU), em 2018.

“A mulher ganha 20% menos que o homem exercendo a mesma função”.

Um estudo feito pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra que as mulheres ganham menos do que os homens em todas as ocupações selecionadas na pesquisa. Mesmo com uma queda na desigualdade salarial entre 2012 e 2018, as trabalhadoras ganham, em média, 20,5% menos que os homens no país.

“Hoje, 5 milhões de crianças vão dormir com fome no Brasil”

De acordo com o Cenário da Infância e Adolescência 2021, mais de 9 milhões de crianças e adolescentes, de 0 a 14 anos, vivem em extrema pobreza.

“Nós saímos do governo do Estado deixando os melhores salários pra os professores do Brasil”.

Simone Tebet foi vice-governadora do estado do Maranhão, ao lado do governador André Puccinelli, de 2011 a 2015. Segundo o MEC, em 2015, O vencimento inicial dos profissionais do magistério público da educação básica, com formação de nível médio modalidade normal, com jornada de 40 horas semanais, era de R$ 1.917,78 No Brasil e passou a valer a partir de 1.º de janeiro. No Mato Grosso do Sul, de acordo com a Secretaria Estadual de Educação (Sed), o professor com ensino médio recebia na ocasião um salário inicial de R$ 2.662,83 para carga horária de 40 horas semanais. Segundo matéria publicada pelo G1 em 2015, os professores do estado recebiam o maior salário do país na época.

“Não quero cometer fake news, mas o Ideb de Mato Grosso do Sul pro Ensino Médio se não for o primeiro, ou segundo é o terceiro”.

Segundo o Ministério da Educação, para o Ideb de 2019, o divulgado, entre as unidades da Federação, os números do ensino médio variaram 1,4 ponto entre os piores e os melhores resultados. Os destaques foram Goiás, único estado a atingir a meta individual, e Espírito Santo. Os dois empataram com as melhores médias do país na etapa: 4,8 pontos. Na sequência vem o Estado do Paraná (4,7) e São Paulo (4,6). O Mato Grosso do Sul aparece com 4,2 pontos.

Confira o índice de cada estado no site Governo Federal e G1.

Confira a entrevista na íntegra no site do Jornal Nacional.